o homem
em mim
esculpe
(lentamente)
cicatrizes
a mulher
em
mim
refaz
(ponto por ponto)
a estrada
a estátua
(olho por olho)
refaz
em mim
a mulher
o homem
em mim
fabula
(solenemente)
cigarras
O que oferece aos leitores é uma notável sequência de poemas, escrita com ponta fina, digitada firmemente. Se bem me lembro do que eu senti anteriormente, a coesão de sua poética mantém o equilíbrio perfeito de uma progressão exata de uma carreira contínua.
A prova disso está nos poemas, cito alguns ou poderia citar todos, pois é difícil preferir uns e deixar de lado outros: 'Alinho', 'Incombinado', 'Traço', 'Lida', 'Rogativa', 'Acontecido', 'De se fazer', 'Cinzel', 'Manto', 'Shikantaza', 'Lembrete', 'Remissivo', 'Raso'. Paro por aqui para deixar, no meio do livro, esse jogo de escolha, que volta e meia, tende a adicionar outros títulos, que foram deixados para trás, cometendo injustiças, sem sombra de dúvida. Pois em Rosa que está nenhuma pétala deve ser esquecida e não querida. Trata-se de um livro completo, de A a Z. E a cada leitura (já que ele pede releituras) vamos descobrir novas nuanças das suas rosas reunidas num buquê que não se despetala.
Armando Freitas Filho
Vídeos Ref. a Autora:
SÉRIE "OUTROS AUTORES" (POR ANTÔNIO CUNHA): 101 - LUCI COLLIN: ALINHO
youtube.com/watch?v=pduLJXQExmU&feature=youtu.be